sábado, 21 de novembro de 2015

PHDA: O porque de estar aqui





Todos os textos escritos por mim aqui no blog tem como ponto de vista a minha experiência de vida como PHDA, mas principalmente o meu ponto de vista sobre ser mãe de PHDA's.

Eu não ando por aqui de novata, já tenho 14 anos de experiência e de luta sobre a PHDA, sobre o seu reconhecimento, sobre os mitos e os preconceitos.

Sim, foram mais que muitos os episódios que enfrentamos de preconceito. Os pais só vem para aqui dizer isso porque não querem dar edução aos filhos, não querem perder tempo a pô-los a estudar... que desnaturados.

Porem esses pessoas nunca se aperceberam que a minha meta em relação aos meus filhos não era criar máquinas de 5, mas sim educar seres humanos bons e decentes ( o que está cada vez mais raro de encontrar na nossa sociedade). Chegaram a ter o desplante de me afirmar que eu nunca teria bons filhos, pois as suas notas não eram grande coisa. Que seres humanos, principalmente docentes, são esses que põe o valor das notas acima da educação, do respeito e da felicidade?!

Ao longo de todos estes anos fomos aprendendo sozinhos o que era ser PHDA e como ajudar os nossos a se aceitarem, a se respeitarem... tivemos que partir muita pedra no caminho e ainda continuamos a partir. Pois quando os meus filhos foram diagnosticados em Portugal não havia metilfenidato, não havia terapeutas ou psicólogos para a PHDA. Tivemos que ser nós pais a fazer todo o trabalho, com o único apoio da pedopsiquiatra.

Aprendemos o que é PHDA, aprendemos a lidar com cada uma das suas comorbilidades... se fiz um trabalho perfeito? Não... mas fiz um bom trabalho baseado no resultado que tenho aqui agora comigo.

Foram muitos os percalços no caminho dos meus filhos, bullying físico e psicológico... muito sofrimento, muitas lágrimas... mas com o apoio dos pais desleixados e preguiçosos que tinham, neste momento tenho 3 adolescentes maravilhosos em casa e principalmente que se aceitam e que são felizes.

Três adolescentes que veem na família o seu refugio, que veem nos pais o seu apoio, alguém a quem sabem que podem recorrer e que os vão ouvir, eles sabem quando me vão dizer algo que não gosto, mas sabem que podem falar mesmo assim, pois vão ser ouvidos e as ideias vão ser debatidas e as recusas vão ser justificadas.

Por tudo isto acho que posso e tenho o direito de ter a minha opinião sobre a PHDA e de como lidar com ela.




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