Segundo o Dr. Barkley o PHDA é uma falha no sistema
executivo do cérebro, portanto, um distúrbio das capacidades executivas deste,
mais especificamente um sistema de inibição de julgamento. Esta falha na inibição afecta quatro capacidades executivas:
-Visão:
olhar para trás e ver ou resgatar informações visuais de acções passadas e as suas
consequências.
-Linguagem
interna: a voz em nosso cérebro que nos permite falar connosco
mesmos.
-Capacidade
emocional: controlar as emoções, ajusta-las e modera-las, o
que faz com que não tenham controlo das frustrações e das emoções.
-Capacidade
de inovação dirigida a um objectivo, planear uma
resposta e escolher a mais conveniente, enfrentar os problemas e planear as nossas
vidas e pensar no futuro.
Barkley sugere que o PHDA atrasa a linguagem
interna, o cérebro dos afectado amadurece e cresce com um atraso de 2 a 3 e sua
capacidade funcional está abaixo do normal.
Isso faz com que as crianças com PHDA não se
consigam inibir aos 5 anos, que aos 7 não falem consigo mesmos, aos 9 não
conseguiam controlar as suas emoções e aos 12 anos não consigam planear.
A falta de inibição torna-os impulsivos, a falta de
capacidade visual faz com que não consigam cooperar, partilhar, interagir em
grupos, imitar e que não tenham um sentido de tempo.
Sua falha na memória de trabalho verbal faz com que
eles tenham uma pobre auto-descrição, auto-instrução e tenham problemas com o
que ouvem, lêem ou vêem... seu fracasso na função da capacidade de resolver
problemas os impede a auto-motivar-se, a resolver problemas e reunir
informações, por exemplo, se lhes pedirmos para contar a história que leram,
eles não são capazes de a transformar em uma narrativa coerente.
Eles tem cegueira para o tempo, miopia para o futuro
e só conseguem ver o agora. São crianças que têm habilidades, mas não sabem
como as usar. Como um aparelho auditivo ou uma cadeira de rodas são
considerados próteses, as próteses adequadas para as crianças com PHDA são o
treino das suas habilidades. Nunca se pode remover uma prótese porque irá reaparecer
a deficiência. Uma dessas próteses é a motivação para fazerem o que já sabem
fazer.
Em relação à diferenciação entre DDA e PHDA, Barkley
diz que as pesquisas mais recentes sugerem que o PHDA não é um simples problema
de défice de atenção, mas é mais uma desordem de inibição, que está trabalhando
em um novo DSM-V onde a DDA e o PHDA-Impulsivo deverão ser dividido em duas
pertrbações distintas.
O TODA mudaria a a sua definição como SCT (Sluggish
Cognitive Time) traduzido como crianças com um processamento desalinhado do tempo.
O PHDA ficaria dividido como PHDA com transtorno de conduta e PHDA sem
transtorno de conduta.
Mas para isso ainda falta muito tempo, estima-se que
todos esses avanços apareçam em 2020.
São muitas as incógnitas que os pais das crianças tem
e Barkley deu algumas ideias para se poder intuir, antes dos 6 anos, se a
criança pode ter PHDA.
Entre 0 e 3 anos vários itens podem nos fazer
suspeitar: O fato de que um dos pais tenha, que tenham sido prematuro, com
problemas na gravidez ou no parto, que chorem frequentemente, que não se reconfortem
com nada, que sejam ou tenham sido bebés muito activos e que sejam de pouca
alimentação. Depois de 3 anos e até aos 6 anos os itens que nos fariam suspeitar
seriam: que tenham um comportamento impulsivo e arriscado, que não sabem
esperar, que mudem muito frequentemente os brinquedos e que não sejam capazes
de ouvir histórias.
Apresentação resumida pelo Dr. Russell A. Barkley.
Traduzido por Anabela Gomes de http://www.fundacioncadah.org/web/articulo/el-tdah-como-trastorno-de-las-funciones-ejecutivas-aplicaciones-para-su-manejo-en-el-aula.html