terça-feira, 27 de outubro de 2015

PHDA, um transtorno das funções executivas: Dr. Barkley



Segundo o Dr. Barkley o PHDA é uma falha no sistema executivo do cérebro, portanto, um distúrbio das capacidades executivas deste, mais especificamente um sistema de inibição de julgamento. Esta falha na inibição afecta quatro capacidades executivas:
-Visão: olhar para trás e ver ou resgatar informações visuais de acções passadas e as suas consequências.
-Linguagem interna: a voz em nosso cérebro que nos permite falar connosco mesmos.
-Capacidade emocional: controlar as emoções, ajusta-las e modera-las, o que faz com que não tenham controlo das frustrações e das emoções.
-Capacidade de inovação dirigida a um objectivo, planear uma resposta e escolher a mais conveniente, enfrentar os problemas e planear as nossas vidas e pensar no futuro.
Barkley sugere que o PHDA atrasa a linguagem interna, o cérebro dos afectado amadurece e cresce com um atraso de 2 a 3 e sua capacidade funcional está abaixo do normal.
Isso faz com que as crianças com PHDA não se consigam inibir aos 5 anos, que aos 7 não falem consigo mesmos, aos 9 não conseguiam controlar as suas emoções e aos 12 anos não consigam planear.
A falta de inibição torna-os impulsivos, a falta de capacidade visual faz com que não consigam cooperar, partilhar, interagir em grupos, imitar e que não tenham um sentido de tempo.
Sua falha na memória de trabalho verbal faz com que eles tenham uma pobre auto-descrição, auto-instrução e tenham problemas com o que ouvem, lêem ou vêem... seu fracasso na função da capacidade de resolver problemas os impede a auto-motivar-se, a resolver problemas e reunir informações, por exemplo, se lhes pedirmos para contar a história que leram, eles não são capazes de a transformar em uma narrativa coerente.
Eles tem cegueira para o tempo, miopia para o futuro e só conseguem ver o agora. São crianças que têm habilidades, mas não sabem como as usar. Como um aparelho auditivo ou uma cadeira de rodas são considerados próteses, as próteses adequadas para as crianças com PHDA são o treino das suas habilidades. Nunca se pode remover uma prótese porque irá reaparecer a deficiência. Uma dessas próteses é a motivação para fazerem o que já sabem fazer.
Em relação à diferenciação entre DDA e PHDA, Barkley diz que as pesquisas mais recentes sugerem que o PHDA não é um simples problema de défice de atenção, mas é mais uma desordem de inibição, que está trabalhando em um novo DSM-V onde a DDA e o PHDA-Impulsivo deverão ser dividido em duas pertrbações distintas.
O TODA mudaria a a sua definição como SCT (Sluggish Cognitive Time) traduzido como crianças com um processamento desalinhado do tempo. O PHDA ficaria dividido como PHDA com transtorno de conduta e PHDA sem transtorno de conduta.
Mas para isso ainda falta muito tempo, estima-se que todos esses avanços apareçam em 2020.
São muitas as incógnitas que os pais das crianças tem e Barkley deu algumas ideias para se poder intuir, antes dos 6 anos, se a criança pode ter PHDA.
Entre 0 e 3 anos vários itens podem nos fazer suspeitar: O fato de que um dos pais tenha, que tenham sido prematuro, com problemas na gravidez ou no parto, que chorem frequentemente, que não se reconfortem com nada, que sejam ou tenham sido bebés muito activos e que sejam de pouca alimentação. Depois de 3 anos e até aos 6 anos os itens que nos fariam suspeitar seriam: que tenham um comportamento impulsivo e arriscado, que não sabem esperar, que mudem muito frequentemente os brinquedos e que não sejam capazes de ouvir histórias.

Apresentação resumida pelo Dr. Russell A. Barkley.

Traduzido por Anabela Gomes de http://www.fundacioncadah.org/web/articulo/el-tdah-como-trastorno-de-las-funciones-ejecutivas-aplicaciones-para-su-manejo-en-el-aula.html

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