quinta-feira, 18 de outubro de 2018

PHDA é a "minha desculpa"

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Quando usam a hiperatividade como desculpa para o mau comportamento...

Sim, temos muitos exemplos assim… muitas vezes começa com os pais a fazer essa afirmação, mas a mesma ao fim de algum tempo é repetida pelos filhos… seguem o exemplo!

Um dia estava eu, a atender um utente e ouço na sala ao lado a auxiliar a pedir a uma criança, que esteva a acompanhar a mãe doente, que se portasse bem e baixasse o som do telemóvel e ouço em resposta a criança a afirmar:
 -Eu sou hiperativo… (como se assim tivesse tudo explicado)

Lá a auxiliar tentou argumentar com a criança, a mãe não proferiu nenhuma palavra e ele levou a dele avante.
Quanto estava livre fui ver a criança, que teria por volta dos 9/10 anos, a mesma estava deitada, atravessada, num cadeirão para os doentes. A mãe estava apenas a fazer um soro com medicação para as dores, mas capaz de corrigir o filho se assim entendesse.

Aproximei-me da criança e pedi-lhe que se calça-se, que se senta-se direito e que baixa-se o som do telemóvel e lá veio a resposta: 
- Eu sou hiperativo… e tomo concerta

Eu respondi-lhe: - Eu também sou, mas estou calçada e bem comportada, ao que ele argumenta: 
- Mas eu tomo o 36!

Numa óbvia tentativa de competir comigo, pois ele era mais hiperativo que eu e eu respondi-lhe, pois eu tomo o 54 e daí?

A seguir, com voz calma comecei a explicar-lhe o que era ser um portador de PHDA e qual a nossa responsabilidade em tentarmos melhorar os nossos comportarmos para que as pessoas olhem para nós com respeito; que todos os PHDA's são responsáveis por mudar a maneira como nos tratam e perguntei-lhe se ele gostava de ser tratado de maneira diferente pelas outras pessoas. Ao eu acabar, ele calçou os chinelos, sentou-se direito e baixou o volume. E a mãe continuou em silêncio.

Muitas das crianças não se portam mal porque querem, apenas por que podem. E não tiveram quem lhes mostrasse a importância que o comportamento deles tem perante os outros e quais os limites.

A PHDA nunca deve ser usada como desculpa por qualquer falta no comportamento, mas sim deve ser uma explicação para algumas características que eles não conseguem evitar. E os pais não devem fazer esse tipo de afirmação à frente deles, apesar de ser a saída mais fácil, todos nós (outros PHDA e a sociedade) vamos pagar por isso mais cedo ou mais tarde.

A educação dos meus filhos passou por um permanente marcar de limites (que começou no berço), uma constante repetição das regras, das ordens (uma de cada vez), das tarefas. No nosso dia a dia familiar a nossa luta como pais era essa. Tentando manter a harmonia e uma ponte com os miúdos com duas vias onde eles também podiam desabafar o seu descontentamento e o seus porquês de não concordarem com alguma coisa. (O que não quer dizer que concordávamos sempre com eles).Repitam as regras e limites tantas vezes quantas sejam necessárias. Como eu digo "Educar um PHDA dá o triplo do trabalho".

Mas como essa, tenho imensas histórias..... infelizmente!








terça-feira, 26 de junho de 2018

PHDA e Ansiedade: Com os cães e gatos.


Há uns dois anos adoptamos um gatinho de 2 meses abandonado, todo sujo e com uma hérnia. Foi a alegria e a calma para a minha filha que tem nela a ajuda para a sua ansiedade e confiança.O seu amigo sempre presente, que chegou a ter uma depressão quando ela foi trabalhar para a Escócia por 2 meses.

Para o resto da família nem tanto, pois os homens cá de casa preferem os cães. Assistimos há uma semana o miar intenso de um gatinho com dores perto do nosso prédio e quando fomos a varanda o mesmo já estava a ser ajudado. Resolvi passar na veterinária para ver a situação do gatinho e seria a sua FAT até ele ser adoptado. Ao lá chegar-mos havia três cães para adopção, dóceis, meigos e doces. Como estava com o meu marido, um dos meus filhos e a minha filha, lá decidimos adoptar um dos rafeiritos e a ganhadora foi a que está na foto acima. o meu filho deu-lhe o nome de Freya ( a deusa nórdica do amor). E sim foi amor instantânea de nós por ela e ela por nós.

Saímos do consultório e fomos dar o  nosso passeio diário com ela. Foi pura magia a transformação do meu filho. Ver um grande sorriso no seu olhar.

Em casa ela é um poço de ternura e mimo, mas mesmo assim trouxe muita calma para a minha casa. O meu filho portador também de SA começou a ficar mais calmo, com grandes momentos de ternura, muito mais contente e orgulhoso da cadela ser sua. Deixou de se fechar horas no quarto, responde-nos com mais calma.

O meu marido acorda mais cedo para ir comprar pão como desculpa para passear a cadela.

Eu que estou a lutar com uma depressão por Síndrome de Burnout, acabei por ficar ligeiramente mais activa, mais calma e com mais alegria. 

A minha filha teve o complemento final para as suas ansiedades e inseguranças. Tanto que agora somos voluntários da Rafeiros e companhia ( https://www.facebook.com/rafeiros.ecompanhia ) , cuidamos de uma das jaulas, damos banho aos cães e vamos passeá-los.

Não estou a afirmar que a cadela nos "curou", mas é uma grande ajuda para manter o ambiente aqui em casa mais fácil, e mais activo pois à noite todos vamos juntos dar um passeio com a cadela como uma família harmoniosa.

Eu não acreditava que um simples cão pudesse mudar tantas pessoas em tão pouco tempo. Por isso deixo um conselho se tiverem em casa crianças agitadas ou ansiosas adoptem um amido de 4 patas para eles terem um amigo constante e verdadeiro, com amor incondicional.

terça-feira, 22 de maio de 2018

PHDA: O resultado da educação





Apesar de todas as lutas que eu tive com o agrupamento e alguns professores, nunca tive uma única queixa de falta de educação dos professores de nenhum dos meus três filhos.

Ainda agora por vezes dão ainda mais "trabalho" que os jovens ditos normais.

Além da ajuda e apoio que eu e o meu marido tivemos um no outro e da pedopsiquiatra, nunca tivemos nenhuma outra ajuda. Seja de técnicos ou monetária. Todo o esforço foi totalmente nosso.

Digo-vos que não é nada fácil educar três crianças com PHDA e com cada um a ter as suas comorbilidades, como comportamento de oposição altamente marcado, ansiedade, depressão, dislexia, dificuldades especificas de linguagem e Síndrome de Asperger.

Tivemos dias exasperados, dias de pura frustração, de raiva e de muito cansaço, com os anos aprendemos a escolher as nossas lutas. Uma delas foi avisar a escola de que se eles não fizessem os deveres eles não os fariam.  Pois ou lutávamos diariamente com as crianças por causa dos deveres, ou passávamos esse tempo com eles a ensinar-lhes o que para nós era a vida e as responsabilidades. Ok, os professores passavam-se connosco, mas já estavam pré-avisados e com e devida explicação.

Eu tento em todos os meus textos mostrar uma visão positiva da PHDA e sim ela pode ser positiva se aprendermos a conviver com ela.

Mas para lá chegarmos foi uma grande luta, um permanente marcar de limites (que começou no berço), uma constante repetição das regras, das ordens, das tarefas. No nosso dia a dia familiar a nossa luta era essa. tentando também  manter a harmonia e uma ponte com os miúdos com duas vias onde eles também podiam desabafar o seu descontentamento e o seus porquês de não concordarem com alguma coisa.( O que não quer dizer que concordávamos sempre com eles).

Mas tivemos alturas no fim da infância / inicio da adolescência em que pensamos por o que tinha comportamento de oposição num colégio militar. E que pensamos que o que estávamos a fazer não iria funcionar.

Temos que ver que as crianças não são burras, são inteligentes e se as coisas lhes forem explicadas de acordo com a sua idade elas percebem e que também faz parte do crescimento deles testarem os limites, cabe a nós pais demonstrar que eles são constantes e são firmes.

Para os pais que estão a iniciar esta estrada, digo-vos dá muito trabalho (pois temos que os limitar para a escola e lutar pelo respeito para com eles na sociedade), é cansativo, mas a recompensa é maravilhosa e que todo o trabalho e todo o cansaço valem a pena.

Força....

sexta-feira, 20 de abril de 2018

PHDA e Asperger: O meu maior orgulho e alegria






Como alguns devem saber educamos uma criança com PHDA e Asperger, sem o diagnóstico do 2º e numa altura em que a PHDA começava a ser "falada" e iniciávamos a luta pela sua aceitação/reconhecimento nas escolas.

Fomos educando conforme achávamos que seria o melhor;  que achávamos que se os irmãos faziam ele também deveria fazer.

Uma criança que nunca gostou de estar muito no colo, que era mexida, mas que ao contrário dos irmãos que eram tagarelas, ele era uma criança calada, que não extravasava suas emoções. Quando ele entrou para a escola também começou a ser acompanhado por uma psiquiatra, que lhe diagnosticou a PHDA e o medicou para a mesma e que nos disse que ele teria mais alguma coisa, mas que ainda era cedo para diagnosticar.... ou seria uma esquizofrenia ou uma bipolaridade. Andamos até aos seus 17 anos à espera de uma confirmação de diagnóstico: Asperger

Mas já veio muito tarde, os nossos erros na sua educação e as falhas nos apoios que deveria ter tido não foram realizados.

Passou toda a sua vida escolar a ser vitima de bullying físico (bastante agressivo) e psicológico, sem nenhum apoio das várias professoras, ele teve no 1º e no 2º anos duas professoras e no 3º ano teve uma santa como professora que o apoiou em tudo! No quarto ano voltou a ter uma das do primeiro ano, que ajudou/apoiou alguns alunos no bullying.

No ciclo e na secundária manteve principalmente o bullying psicológico. Passou toda a sua vida a desejar festas de aniversários e amigos (todos os anos organizamos uma festa no seu aniversário)  e... doía vê-lo na varanda a espera que alguém chegasse e NUNCA nenhum colega veio.

Era um bom aluno, mas devido aos professores tinha notas medíocres, por perseguição pura. Perguntem-me aonde estava a psicóloga da escola? NUNCA A VI até ele chegar à secundária, apesar dele ter um suposto PEI desde o 6º ano. Quando íamos às reuniões do PEI, o relatório da mesma já estava assinado por essa profissional, presentes estávamos nós, o/a diretor/a de turma e alguém do ensino especial.

 No 10º ano mudou para a EPRAMI, uma escola profissional, mas uma escola por excelência, com apoios de todos desde a diretora aos professores e auxiliares. Uma escola onde sinto que o meu filho é amado e principalmente respeitado.

Apesar de todos os contratempos, de todos os nossos erros temos um santo em casa, um ser humano maravilhoso que sabemos que podemos contar com ele para nos apoiar, para nos amar.

É uma pena que a maioria das pessoas só veja a parte exterior e o seu comportamento desajustado e não consigam ver o ser de luz que ali está!

sexta-feira, 23 de março de 2018

A minha eterna luta




Estou como já disse em outro texto com uma exaustão mental, devido a todas as minhas lutas pela vida fora.

Se começarmos pela minha infância, ela foi relativamente normal e saudável até os meus 8/9 anos, que foi quando começou a guerra civil em Angola, onde eu tinha que dormir no chão do rés-do-chão , pois as paredes da casa estavam todas baleadas, onde eu passava por cadáveres a caminho da escola, onde tive o estilhaço de uma granada na perna esquerda, fiquei muda e quando voltei a falar estava gaga.

Tive que deixar o meu país, amigos, ao fugir com refugiada de guerra (eu não sou retornada, pois não estava a voltar, mas sim a imigrar para o país dos meus pais. eu perdi a minha cidadania e as minhas raízes.

Ao chegar cá deparamos-mos com o preconceito com os "Retornados". Como o meu pai já não podia pagar as contas dos jantares, já não tinha amigos e o próprio irmão recusou-se a abrir-lhe a porta numa visita. Mas os meus avós maternos receberam-nos de braços abertos.

Ao fim de seis meses  aqui imigramos (fugimos) para o Brasil, onde vivemos  por 18 anos, dos quais 4 anos com uma irmã do meu pai, que nos explorou. A primeira coisa que ela fez foi despedir a empregada doméstica e eu despedi-me da minha infância. Deixei de ter brinquedos e tempo para brincar.

Além de ir para uma escola onde eu era a diferente, era portuguesa (a burra), tinha PHDA e gaguês (por trauma de guerra). E viva diáriamente o bullying psicológico. Tinha que chegar a casa e arrumar e limpar o apartamento e ajudar a minha mãe, pois além de empregada era costureira privada da minha tia a tempo inteiro.

Ter redações corrigidas por escrever em português de Portugal e não brasileiro. Cheguei a reprovar 3 anos no 6º ano, não me conseguia adaptar e aquela não era a minha terra, o meu país, as minhas gentes. Amigos sós os consegui fazer no secundário e na universidade.

Quando me formei em enfermagem resolvi voltar para Portugal, para o meu país substituto. A minha receção a nível da família foi boa, mas a nível de país e burocracias foi péssima. Estive que estar 6 anos à espera da equivalência, pois o Ministério da saúde tinha deixado de dar equivalências à três meses e as escolas de enfermagem demoraram 6 anos a montar os conselhos científicos.

Foi me inscrever no Centro de emprego onde me deram a equivalência à quarta classe, ano que eu tinha frequentado aqui. Ou seja os empregos que me designavam eram braçais e de baixo nível intelectual. E quando ia a uma entrevista de emprego não conseguia ficar com o emprego, porque afinal tinha conhecimentos a mais. E assim andei seis anos.

Quando me deram a equivalência foi apenas a um bacharelato, apesar de eu ter uma licenciatura e uma especialidade. O meu diploma dizia: Enfermagem e Obstetrícia, mas não podia ser, pois por aqui ainda não havia licenciados em enfermagem e eu não podia ser a 1ª. Fui posteriormente obrigada a fazer mais um ano de enfermagem, para conseguir a equivalência à licenciatura que eu já tinha.

Também tenho problemas na equipa de trabalho, pois não me entendem (a maioria nem tenta), não sabem quem sou, não me conhecem. Eu sou a soma das minhas lutas, das minhas vitórias, dos países onde vivi, ou seja sou e penso muito diferente de todos. E a minha equipa apenas vê isso e me rotulam de "Maluca".

Posteriormente casei-me e nasceram três pimpolhos maravilhosos, o meu orgulho, a minha paixão, mas... eles também eram portadores de PHDA e assim começou a minha maior guerra, a guerra com as escolas e os seus professores. E acreditem que depois de todas as lutas e perdas essa foi a luta que me deitou ao chão. Foi o meu knockout. 

Mas durante 14 anos lutei pelo respeito e integração dos meus filhos, pela sua individualidade e principalmente pela sua felicidade. Ohhh..... eles sofriam imenso na escola, tanto com os professores como com os colegas. Os professores, que devem dar o exemplo, não os respeita, quem segue o seu exemplo também não. E eu fui rotulada mais uma vez, desta como mãe relapsa e negligente

Estou no chão!!!  Acabaram comigo, mas não conseguiram acabar com os meus filhos. Sim eles saíram com muitas cicatrizes, mas saíram inteiros.

Por isso vale a pena estar no chão a lutar para me levantar... 

PHDA: O guerreiro





Temos que ter muito orgulho quando o nosso filhote,  de dezoito anos,  portador de PHDA com comportamento de oposição e ansiedade,  trava uma luta de vida sem desistir.

O meu filho mais novo teve no final do ano passado um pneumotórax espontâneo, que teve todas as complicações possíveis.  Esteve internado quarenta dias,  foi submetido a duas cirurgias,  sendo a segunda de urgência devido a uma hemorragia pulmonar. Teve uma pneumonia hospitalar antes das cirurgias.teve o dreno com adesões à pleura, etc....

Sobreviveu... por estar em boa condição física,  por ser desportista e cuidar da alimentação, tentando fazer uma alimentação saudável. E provavelmente por ser teimoso.

Estivemos ao seu lado todos os dias, a apoiar a sua luta,  a sua teimosia em sobreviver, a observá-lo a cumprir todas as indicações médicas e da enfermagem. Quando teve a pneumonia deixou quase de comer e um miúdo magro perdeu quase 10 quilos. Tivemos que vê-lo perder o apetite, tentamos levar comida de casa, ir comprar coisas que ele gostava, mas o apetite não ajudava.

Com todos esses reveses e com grande temor nosso de que ele desistisse de lutar, ouvi a seguinte frase: "Mãe, tu educaste um guerreiro,  vou fazer tudo para sair daqui e passar o natal em casa. E essa foi a minha prenda de natal, ele passou o natal em casa!

 Quando chegamos a casa chamou-nos e agradeceu-nos por todo o apoio e todo o carinho que lhe demos durante e internamento.

Um adolescente, que sofreu de ciberbullying,  de bullying psicológico, mas que aprendeu a lutar, a valorizar-se e que ele é mais forte que todas as lutas que possa ter na vida. Sentimo-nos que cumprimos o nosso papel de pais, apesar dos erros que cometemos!

Temos muito orgulho em ti meu amor!

sexta-feira, 2 de março de 2018

PHDA: O cansaço da luta





Estourei... cheguei ao limite das minhas forças!

Sim, tenho que confessar que depois todos estes anos de luta pelos portadores da PHDA tenho que parar e recuperar as minhas forças.

Não foram os meus filhos que me cansaram, mas sim a luta que tive de travar por eles, tanto nas escolas, como na sociedade e por vezes mesmo na família. Eu fui uma das desbravadoras da luta pela PHDA, sem ir a televisão, mas com muito trabalho. O meu primeiro filho foi diagnosticado e tratado em Espanha, pois por aqui ainda não se falava nisso e também não havia medicação que também era espanhola. Aqui no distrito ainda não havia Pedopsiquiatras ou Psicologia que soubessem o que era essa perturbação. Ensino especial????? Era comédia, os meus filhos não eram "maluquinhos" nem "deficientes" físicos.

Eles estão formados para a vida, orgulho-me das pessoas maravilhosas em que eles se tornaram, apesar das suas características diferentes e de todas as formas de Bullying de que foram vitimas.

É extremamente doloroso vermos o olhar de tristeza, as suas expressões de sofrimento cada vez que eram gozados, ameaçados, diminuídos pelos professores e pelos seus pares. A luta que tinha que travar a cada dia com cada um deles para fazê-los perceber o quanto eles valiam, o quando eles eram amados, tentar levantar a sua auto-estima.

E ainda ter que travar a minha luta para ser aceite, pois era vista pela escola e pelos pais dos colegas deles como uma mãe relapsa, que só queria dar desculpas para as "falhas" dos meus filhos e medicação para ficarem quietos e não incomodarem. Mas a medicação era apenas para a escola, numa tentativa deles serem melhor aceites pelos professores. Em casa eram eles próprios, com toda a sua energia.

Todo isso associado a um emprego desgastante, onde tralhava por turnos, aonde também lutava para diminuir o sofrimento dos outros. Onde todos os anos tinha que trabalhar ou no Natal ou na Passagem de ano. Aonde nunca tive fins de semana completamente livres e que fazia os meus filhos me perguntarem quando era o meu fim-se-semana?

Estou cansada mas orgulhosa. Por isso nunca desistam dos seus filhos lutem por eles e por vocês e lembrem-se que um dia poderão que descansar, mas com orgulho do vosso trabalho.