sábado, 15 de agosto de 2015

A educação proíbida




Ao assistir ao documentário sobre o sistema de educação "A Educação Proibida" de 2012, fiquei com a certeza de que as minhas ideias não são assim tão disparatadas e já foram pensadas por alguém, com mais conhecimentos.

Este documentário desvenda as bases do nosso ensino “Prussiano”, que originado do padrão militar de educação da Prússia, no século 18, doutrina as crianças e jovens a viver no sistema vigente e tem como objetivo gerar uma massa de pessoas obedientes e competitivas, com disposição para guerrear. “Se estimula muito as crianças a competirem entre elas. Os melhores alunos tem reconhecimento, tem prêmios. Aquelas crianças que não se saem bem nos exames são chamadas à atenção. Em muitos casos nem sequer são levadas em conta. Todo mundo fala de paz, mas ninguém educa para a paz. As pessoas educam para a competição e a competição é o princípio de qualquer guerra.” Desde sua origem, a escola tem sido caracterizada por estruturas e práticas que hoje são consideradas obsoletas e ultrapassadas, que não acompanham as necessidades do século XXI.

Estamos num mundo de acesso fácil à informação, de livre acesso à tecnologia e continuam a querer que as crianças e jovens acreditem no que lhes ensinam apenas por que sim, por que é verdade. É inerente ao ser humano querer aprender, descobrir... mas a escola atual acaba por matar a curiosidade aos alunos, pois ao fim de tantas horas sentados em cadeiras a ouvir os adultos debitarem verdades imutáveis, sem argumentação ficam cansados e ao chegar a casa não tem nenhuma vontade de descobrir, pesquisar ou ler.

O documentário A Educação Proibida mostra as possibilidades de uma nova escola, livre, que respeita o processo de aprendizagem de cada um, com ensino prático, com a integração e a construção própria do mundo pelos alunos. A escola oferece as ferramentas para que esses futuros adultos possam construir suas próprias opiniões e visões sobre a sociedade, sem doutriná-los a aceitar tecnicamente valores e costumes sociais instituídos.

A principal falha do sistema de educação atual está no facto de ser um projeto que não leva em consideração a natureza humana da aprendizagem, a liberdade de escolha ou a importância do amor e as relações humanas no desenvolvimento individual e coletivo. As crianças vão para a escola e acabam por "desaprender", por perder a sua curiosidade, a vontade de descobrir.“O que faz com que o estudante fracasse na escola ? Não é o estudante quem fracassa, é o sistema que está mal planejado. É que as reformas educacionais atuais, em voga em muitas partes, estão mal enfocadas.”

Mas para termos um novo sistema de ensino a postura do professor também deve mudar, só com essa mudança de mentalidade por parte dos professores se começará a falar na escola livre. A hierarquização vivenciada hoje nas escolas passa pelo medo e pelo sentimento de inferioridade do aluno em relação ao professor o que não ajuda na aprendizagem. A Educação Proibida é clara: entre a figura do educador e seus alunos apenas o respeito pela individualidade e a troca de ideias formarão uma nova via de comunicação e uma sociedade mais justa e menos autoritária.

Sim, os professores se defenderão com o ministério da educação, mas mesmo com as regras impostas exteriormente, cada professor é livre de dar a matéria de maneira mais dinâmica, mais aberta. “As escolas e os colégios da América Latina não são mais do que espaços de tédio e aborrecimento. Eu sempre os convido a passar pelos colégios para que vejamos uma caricatura que tem que acabar. É um professor em frente a um quadro negro ditando aulas, em pleno século 21, isso não tem sentido.”

Quando conseguirmos ter um sistema de ensino assim, os nosso filhos (mesmo os PHDA) terão uma chance de integração, de adaptação e muito provavelmente poderão deixar a medicação e passarão a ser respeitados e aceites como são. Poderão desenvolver-se e crescer livremente e seguir as suas áreas de aptidão.

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