quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A relação com o tempo



Eu e muitos portadores de PHDA sabemos o que é olhar para o relógio a tentar ser pontual e a luta diária para sair de casa a horas, mas o tempo simplesmente perde-se e nós perdemos-nos com ele!
Eu juro que olho para as horas e ainda tenho tempo e quando olho novamente estou atrasada. Não consigo explicar a relação que tenho com o tempo. Parece a areia que me corre entre os dedos por mais que eu aperte a mão ela cai e quando a abro apenas tenho vestígios da areia que tentei prender.

E a sensação de descobrirmos que mais uma vez alguém está a nossa espera... mais uma vez o olhar de quem espera por nós... mais uma vez o pedido de desculpas pelo atraso. O desespero de nos apercebermos que não conseguimos fazer diferente!

Imaginem agora uma casa com cinco PHDA's: Pai, mãe e 3 filhos adolescentes, onde todos se perdem, se confundem com o tempo, se distraem, ou simplesmente esquecem o compromisso, as horas, o tempo. A mãe a apertar com todos para que se despachem, quando também ela luta contra o relógio, a angustia, a ansiedade e principalmente o receio de todas as acusações e reprovações de que ela vai ser vitima, pois... uma mãe deve manter a família em ordem, pontual....

Agora imaginem essa mesma mãe a ter que por um dos filhos de castigo e simplesmente esquecer-se no dia seguinte do castigo... E só se aperceber que que isso acontece porque o filho mais novo contou à pedopsiquiatra? Se me esqueço disso como não me vou perder no tempo que é tão efémero... que me abandona e deixa a deriva nos meus atrasos sistemáticos.

Sem comentários:

Enviar um comentário