sexta-feira, 20 de abril de 2018

PHDA e Asperger: O meu maior orgulho e alegria






Como alguns devem saber educamos uma criança com PHDA e Asperger, sem o diagnóstico do 2º e numa altura em que a PHDA começava a ser "falada" e iniciávamos a luta pela sua aceitação/reconhecimento nas escolas.

Fomos educando conforme achávamos que seria o melhor;  que achávamos que se os irmãos faziam ele também deveria fazer.

Uma criança que nunca gostou de estar muito no colo, que era mexida, mas que ao contrário dos irmãos que eram tagarelas, ele era uma criança calada, que não extravasava suas emoções. Quando ele entrou para a escola também começou a ser acompanhado por uma psiquiatra, que lhe diagnosticou a PHDA e o medicou para a mesma e que nos disse que ele teria mais alguma coisa, mas que ainda era cedo para diagnosticar.... ou seria uma esquizofrenia ou uma bipolaridade. Andamos até aos seus 17 anos à espera de uma confirmação de diagnóstico: Asperger

Mas já veio muito tarde, os nossos erros na sua educação e as falhas nos apoios que deveria ter tido não foram realizados.

Passou toda a sua vida escolar a ser vitima de bullying físico (bastante agressivo) e psicológico, sem nenhum apoio das várias professoras, ele teve no 1º e no 2º anos duas professoras e no 3º ano teve uma santa como professora que o apoiou em tudo! No quarto ano voltou a ter uma das do primeiro ano, que ajudou/apoiou alguns alunos no bullying.

No ciclo e na secundária manteve principalmente o bullying psicológico. Passou toda a sua vida a desejar festas de aniversários e amigos (todos os anos organizamos uma festa no seu aniversário)  e... doía vê-lo na varanda a espera que alguém chegasse e NUNCA nenhum colega veio.

Era um bom aluno, mas devido aos professores tinha notas medíocres, por perseguição pura. Perguntem-me aonde estava a psicóloga da escola? NUNCA A VI até ele chegar à secundária, apesar dele ter um suposto PEI desde o 6º ano. Quando íamos às reuniões do PEI, o relatório da mesma já estava assinado por essa profissional, presentes estávamos nós, o/a diretor/a de turma e alguém do ensino especial.

 No 10º ano mudou para a EPRAMI, uma escola profissional, mas uma escola por excelência, com apoios de todos desde a diretora aos professores e auxiliares. Uma escola onde sinto que o meu filho é amado e principalmente respeitado.

Apesar de todos os contratempos, de todos os nossos erros temos um santo em casa, um ser humano maravilhoso que sabemos que podemos contar com ele para nos apoiar, para nos amar.

É uma pena que a maioria das pessoas só veja a parte exterior e o seu comportamento desajustado e não consigam ver o ser de luz que ali está!

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